A Formação da Pastagem para Caprinos |
É recomendável que a área de formação da capineira fique próxima ao centro de manejo ou do local onde a forragem vai ser fornecida aos animais. A área deve ser plana, com solo profundo, bem drenado e favorável à mecanização. Nesse ambiente é importante a implantação de uma capineira porque ela constitui uma fonte de alimentação volumosa de boa qualidade para utilização durante todo o ano, mas requer um manejo cuidadoso. Ajuda a reduzir os custos da alimentação de caprinos, principalmente nos rebanhos produtores de leite.
Para a formação dessa capineira é fundamental a escolha correta das cultivares que vão compor essa pastagem. No caso de caprinos a forragem que mais se adapta é o capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.). Existem muitas variedades de capim-elefante, sendo as mais conhecidas a Napier, Cameron e Mineirão. Mas há outras espécies que podem ser usadas com sucesso. Entre elas as mais recomendadas atualmente para pastejo de caprinos, são as gramíneas capim-andropógon, rio-de-janeiro, capim-braquiarão, búfel cv. Aridus e capim-elefante-anão (dependendo das condições ambientais e de manejo). Entre as leguminosas, destacam-se a leucena, guandu e cunhã.
Outra conduta importante é uma boa preparação do solo onde será formada a pastagem.
Recomenda-se, inicialmente, fazer a análise de fertilidade do solo. Caso necessário, aplicar o calcário com antecedência de pelo menos 30 dias em relação ao plantio. Realizar uma aração e uma gradagem cruzada. Na véspera do plantio, aplicar os adubos necessários e fazer nova gradagem para incorporá-los ao solo. O bom preparo da área favorece a infiltração da água e a aeração do solo, servindo também para diminuir a ocorrência de plantas invasoras. A calagem e a adubação melhoram a oferta de nutrientes para as plantas, favorecendo, portanto, o seu crescimento e a produção de forragem.
Fonte: Embrapa
Cuidados na aquisição de matrizes e reprodutores
1 - A escolha da raça, leite, carne ou dupla aptidão, é de caráter pessoal . O que importa é a alimentação, os cuidados no manejo e a constante seleção zootécnica do rebanho.
2 - Além da compra ser feita em criatório idôneo , cabe ao comprador examinar os animais ou estar acompanhado de técnico competente (veterinário, agrônomo ou zootecnista) e que realmente conheça a espécie.
3 - Em primeiro lugar, deve-se avaliar o estado nutricional dos animais, a higiene das instalações, o desenvolvimento e estado corporal do rebanho, pois uma caixinha de surpresas pode se esconder atrás de uma compra na qual se pense unicamente em preço ou valor genético dos animais.
4 - Examinar a pele e pêlos , para verificar a presença de piolhos. Examinar a coloração das mucosas, principalmente a ocular. Magreza significa fome, baixa produção de leite, endo ou ecto parasitas ou ambos (como vermes de diferentes tipos ou piolhos). Nos dois primeiros meses pós-parto, cabras de alta lactação ou especialmente na raça Alpina, a fêmea parida se mostra bastante magra e a recuperação é vista nítida e gradativamente após o pico da lactação, que ocorre após o segundo mês pós-parto. Não confundir, portanto, espoliação por parasitas, má nutrição e demais problemas sanitários, com fêmeas bem nutridas e hígidas, que perderam peso após o parto devido à lactação.
5 - No caso de compra de animais PO (puros de origem), examinar as características raciais como pelagem, chanfro, tamanho e/ou comprimento das orelhas, específicos de cada raça e, para todos os animais, dentição e defeitos como agnatia ou prognatismo.
6 - Avaliar aprumos (como o animal pisa, estado dos cascos, harmonia dos membros, artrite, sensibilidade ao toque nas articulações...).
7 - Avaliar o úbere das adultas e o desenvolvimento corporal das jovens; no úbere deverá ser observada a conformação (globosa, assimétrica, tetas excessivamente grossas ou pequenas ou bipartidas, presença de tetas supranumerárias funcionais, má inserção em relação ao períneo, ligamentos firmes ou excessivamente relaxados...), textura (maciez, que deve ser sentida por palpação antes e após a ordenha) e presença de nódulos, cicatrizes ou enfartamento ganglionar.
8 - No caso específico das raças Boer, Savanah e Kalahari , machos e fêmeas, poderão apresentar taras de tetas inadmissíveis nas raças leiteiras e de dupla aptidão, como tetas supranumerárias ou bipartidas e duplo orifício; porém, a seleção dessas três raças deve ser feita para animais que não apresentem esses defeitos, principalmente nos reprodutores; observar ainda a pigmentação do rabo, diretamente correlacionada a pigmentação da pele do restante do corpo, e que deve ser escura ou com, no mínimo 70% de pigmentação negra desde o nascimento.
9 - Nos machos , evitar a compra de cabritos antes dos 4 meses de idade, pois deverá ser observada a exposição do pênis, a conformação dos testículos e sua presença na bolsa escrotal, integridade dos epidídimos, libido e desenvolvimento corporal, além do estado sanitário; examinar detalhadamente boca e tetas; animais que sofreram problemas sanitários graves como verminose, eimeriose ou diarréias de diferentes origens, provavelmente terão um retardo no crescimento.
10 - Nos bodes , muita atenção aos testículos , que deverão ser bem desenvolvidos, simétricos, sem ferimentos e cortes na bolsa escrotal; atenção redobrada aos epidídimos, que não poderão apresentar granulomas; examinar a boca, o padrão racial, caixa torácica e abdominal, aprumos, articulações e, principalmente, as tetas, pois todos os machos deverão apresentar uma única teta de cada lado da região inguinal , semelhante as fêmeas; exceção às raças de corte, como citado anteriormente.
11 - N as cabritas de raças leiteiras e de dupla-aptidão, examinar as tetas , visando avaliar a presença de tetas supranumerárias, que podem ser funcionais ou possuírem duplo orifício, ou seja, funcionais quando da lactação, o que, além de ser um defeito zootécnico grave, incorrerá na desclassificação do animal no momento do registro genealógico. Para fêmeas de menor valor zootécnico, cuja função seja exclusivamente produção e formação de rebanho, essa característica deve ser igualmente observada.
12 - Jamais adquirir uma fêmea de 2 ou mais anos de idade não parida ou que não esteja ao menos mojando, pois a cabrita torna-se púbere aos 4 meses e deverá ser acasalada a partir dos 7 meses (desde que tenha 65 a 70% do peso adulto da raça), ou seja, deverá estar obrigatoriamente parida antes dos 2 anos de idade.
13 - Sempre que possível, requisitar ao vendedor todos os dados zootécnicos dos animais, bem como o RGN ou RGD, no caso de rebanho submetido ao Registro Genealógico Caprino (SRGC).
14 - Quando da compra de animais mestiços, para formação de plantel, os mesmos cuidados devem ser observados, com menores exigências quanto à capacidade leiteira, mas nunca deixando de observar as características sanitárias dos mesmos.
15 - Muito cuidado com a linfadenite caseosa : jamais adquirir animais com enfartamento ganglionar (principalmente adiante da paleta, na cara, embaixo da mandíbula, etc.) ou cicatrizes de abcessos drenados e já secos na região esses defeitos, principalmente nos reprodutores; observar ainda a pigmentação do rabo, diretamente correlacionada a pigmentação da pele do restante do corpo, e que deve ser escura ou com, no mínimo 70% de pigmentação negra desde o nascimento.
16 - Verificar qual o manejo nutricional do rebanho, para que após a eventual mudança na qualidade ou marca do concentrado, bem como no volumoso (capim verde picado, feno, silagem, leguminosas verdes, etc.) seja feito gradativamente, do contrário poderá ocorrer mortes por enterotoxemia. Nunca utilizar o farelo de trigo como fonte de proteína (e de barateamento da ração) pois ele ocasionará a formação de cálculos renais, que obstruirão a uretra peniana, levando à morte do reprodutor. No caso de utilização de concentrado não comercial (formulações caseiras) e/ou de firma não idônea, não colocar mais de 30% desse farelo e SEMPRE adicionado de 2% de farinha de ostra ou carbonato de cálcio.
17 - Nunca transportar os animais por muitas horas ou dias sem oferecer água limpa e, se possível, volumoso limpo. Nunca cortar capim em beira de estradas movimentadas, totalmente contaminados de poluição, fumaça e gazes de escapamentos; no caso de importação direta do exterior, exigir a presença de um técnico competente e idôneo, além dos exames sanitários exigidos pelo M.A.
18 - Não esquecer que o leite é produzido a partir daquilo que o animal come, não apenas de um bom pedigree. As condições ideais de produção de leite são climas amenos, com temperatura de conforto de 12 a 18 ° C, o que dificilmente conseguimos em nosso país; portanto, animais adquiridos no sul do Brasil ou exterior poderão apresentar produção leiteira aquém do esperado ou desejável, exatamente pelo fato do calor e/ou umidade elevada diminuírem a ingestão de alimento e, consequentemente, da produção.
Profa. Dra. Anneliese de Souza Traldi - Departamento de Reprodução Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP
O que é necessário para iniciar uma uma criação com chance de sucesso?
Basta ter uma área disponível para a instalação da caprinocultura, adquirir animais de boa procedência para garantir suporte forrageiro, ter água de boa qualidade, possuir instalações funcionais e o mais importante: manter-se sempre bem informado sobre o manejo e as condições adequadas.
Qual o melhor tipo de instalação para criação?
O tipo de instalação vai depender da criação e da função da exploração. Pode -se recomendar desde apriscos suspenso, em alvenaria e madeira, a chiqueiros de chão batidos, desde que essas instalações estejam em consonância com as condições locais e o objetivo da criação.
O mais importante é que sejam funcionais e permitam uma boa relação custo/benefício no investimento de sua construção (leia-se custo/vida útil).
Na funcionalidade devem estar implícitos a higiene e o manejo sanitário (os caprinos são "rústicos", mas depois que adoecem sua recuperação é onerosa ou difícil).
O mais importante é que sejam funcionais e permitam uma boa relação custo/benefício no investimento de sua construção (leia-se custo/vida útil).
Na funcionalidade devem estar implícitos a higiene e o manejo sanitário (os caprinos são "rústicos", mas depois que adoecem sua recuperação é onerosa ou difícil).
Qual a alimentação mais adequada para os caprinos?
O caprino é bastante seletivo e tem preferência mais por forrageiras de folhagem (80% na dieta) do que por gramínias. No seu hábito alimentar, as arbustivas são preferidas às herbáceas.
Em regime intensivo, no entanto, gramínia picada verde, em forma de silagem ou feno pode representar uma proporção bem maior na dieta.
Em explorações leiteiras, rações concentrações comerciais ou formuladas na fazenda são indispensáveis e o sal mineral deve ser garantido, em qualquer objetivo.
Em regime intensivo, no entanto, gramínia picada verde, em forma de silagem ou feno pode representar uma proporção bem maior na dieta.
Em explorações leiteiras, rações concentrações comerciais ou formuladas na fazenda são indispensáveis e o sal mineral deve ser garantido, em qualquer objetivo.
Quais as melhores raças para produção de carne?
A melhor raça é aquela que se adapta às condições climáticas da região onde se pretender criar. Dentre as raças existentes podemos citar:
Para produção de carne e leite: Anglo-nubiana.
Para produção de carne: Boer.
Para produção de carne: Boer.
1 - Evitar o contato dos animais com o gato doméstico e com ratos, ou seus dejetos - evitando, assim, a toxoplasmose e a leptospirose.
2 - Manter as fêmeas prenhes em local separado dos demais animais do rebanho, seja em piquete de pastejo ou em instalação de fácil acesso, principalmente a partir do terço final da gestação.
3 - Realizar, periodicamente, a higienização das instalações, com raspagem do piso e retirada das fezes, recomendando-se que, em rebanhos destinados à exploração leiteira, a limpeza deverá ser realizada diariamente, uma vez que, neste tipo de exploração, os animal deve ser mantido em ambiente mais higiênico possível. Todo esterco retirado de baias, chiqueiros, etc. deverá ser colocado em esterqueira por um período mínimo de 30 dias, para posterior uso como adubo orgânico.
4 - Vermifugar as fêmeas antes do início da estação de monta, e após o 45o dia da cobrição ou inseminação artificial. Esta última medida visa evitar o aparecimento de malformações que podem ser provocadas por algum vermífugo. Na época chuvosa, além da vermifugação, observar as fêmeas em busca de sinais de verminose clínica, tais como pêlos arrepiados, perda de peso e mucosa ocular pálida. Havendo problemas, realizar nova vermifugação e nova rotação de pastejo.
5 - Fazer a "secagem" do leite das fêmeas, no mínimo 45 dias antes do início da próxima lactação. Esta medida objetiva dar um descanso ao úbere, permitindo maior produção de leite na próxima lactação e também maior produção de colostro.
6 - Registrar a data provável do parto, com separação da fêmea entre 7 a 10 dias antes do mesmo, devendo ser colocada em piquete-maternidade ou em baias previamente higienizadas.
7 - Realizar a limpeza e o corte dos pêlos da cauda e da região perineal.
8 - Praticar a limpeza do úbere a partir do 10o dia anterior à data do parto, com soluções desinfetantes à base de iodo a 0,5% ou hipoclorito de sódio a 1:5.000. Secagem com toalhas individuais. Imersão das tetas em solução de iodo a 0,5%, acrescida de 10% de glicerina, para prevenir contra mastites clínicas no início da lactação.
9 - O nascimento da cria deverá ocorrer dentro das primeiras duas horas após o início do trabalho de parto (contrações abdominais e uterinas). Se a fêmea não conseguir realizar o trabalho sozinha, chamar um veterinário. Após o parto, realizar a limpeza da mãe e da cria - quando ela não puder fazê-la.
Observar a lipeza da região da cauda e do períneo.
10 - Colocar a fêmea e a cria em ambiente limpo e seco. Dependendo do regime de manejo adotado, separar a cria imediatamente ao parto, ou após a ingestão do colostro. Observar, cuidadosamente, a fêmea durante o período de pós-parto, verificando sinais indicadores de complicações como: retenção da placenta, endometrite, hipocalcemia puerperal e mastite. Havendo problemas, chame um veterinário.
21/07/2003 - Revista O Berro Nº 41
Hora da desmama
Se a região é seca, como no Nordeste, a desmama até que pode se alongar um pouco mais, embora nunca seja interessante economicamente. Já nas regiões de bastante chuva, a idade na desmama precisa ser o mais cedo possível, pois existe o grande problema da verminose. Os pastos verdes e as altas lotações são um chamariz para milhões de vermes.
Em um ano que choveu 630 mm o rebanho foi vermifugado a cada 30 dias de idade e apresentou zero mortes. Ou seja, pouca chuva garante poucas mortes por verminose. No ano seguinte choveu 738 mm e aconteceram dois casos:
Em um ano que choveu 630 mm o rebanho foi vermifugado a cada 30 dias de idade e apresentou zero mortes. Ou seja, pouca chuva garante poucas mortes por verminose. No ano seguinte choveu 738 mm e aconteceram dois casos:
a) o rebanho vermifugado a cada 30 dias teve zero mortes;
b) o rebanho vermifugado a cada 60 dias teve 13 mortes.
No próximo ano, chovendo 1.375 mm, o rebanho vermifugado a cada 30 dias teve 21 mortes. O rebanho vermifugado a cada 60 dias teve 42 mortes.
Quanto mais chuvas, mais capim verde, mais vermes, maior mortalidade de cordeiros. Assim, sugere-se a desmama precoce. Quanto mais chuva, mais precoce deve ser a desmama. O ideal é uma desmama aos 45 dias de idade (Siqueira, 1999).
Quanto mais chuvas, mais capim verde, mais vermes, maior mortalidade de cordeiros. Assim, sugere-se a desmama precoce. Quanto mais chuva, mais precoce deve ser a desmama. O ideal é uma desmama aos 45 dias de idade (Siqueira, 1999).
Por que 45 dias? Porque, nessa fase, a ovelha já apresentou o pico de produção de leite, que acontece entre a 3a e 4a semana depois do parto. Afinal, 75% do total do leite é produzido nas primeiras 8 semanas (Jordan & Hanke, 1977). Assim, nada justifica alongar o período da amamentação, em regiões chuvosas.
A desmama atrasada retarda, com certeza, o peso dos cordeiros. A desmama aos 45 dias permitiu um ganho de peso diário de 205 gramas contra apenas 98 gramas para aqueles desmamados aos 70 dias. Não houve nenhuma morte no grupo de 45 dias mas houve 21,4% no grupo de 70 dias (Siqueira & Fernandes, inédito). A diferença entre os dois grupos foi atribuída à verminose crescente com o passar do tempo.
É importante lembrar que a ovelha, no final da gestação e durante a lactação, torna-se muito propícia às verminoses. Durante o estresse da amamentação, a ovelha libera uma quantidade muito maior de ovos de helmintos, contaminando as pastagens e os filhotes.
O melhor caminho é a desmama precoce, a partir de 45 dias, com suplementação alimentar para os cordeiros.
É importante lembrar que a ovelha, no final da gestação e durante a lactação, torna-se muito propícia às verminoses. Durante o estresse da amamentação, a ovelha libera uma quantidade muito maior de ovos de helmintos, contaminando as pastagens e os filhotes.
O melhor caminho é a desmama precoce, a partir de 45 dias, com suplementação alimentar para os cordeiros.
02/05/2002 - Revista O Berro
1 – Antes de tudo: incrementar a alimentação. Usar feno, silagem, hidroponia, palhadas, bagaço de cana, folhas, ramas. Tudo o que parecer. Se possível, economizar na ração concentrada.
2 – O sal mineral deve estar sempre no cocho. Para ser consumido à vontade.
3 – No caso de ração concentrada, prefira o seguinte procedimento:
Cabritos = 200 gramas com 18% de proteína bruta por dia + volumoso de boa qualidade (feno, capim)
Fêmeas em final de gestação (60 dias antes de parir) e fêmeas em inicio de lactação (primeiros 30 dias) = 500 gramas com 16% de proteína bruta/dia e volumoso de boa qualidade.
Fêmeas em estado de monta (30 dias antes e durante o período de reprodução) = 500 gramas com 16% de proteína bruta/dia e volumoso de boa qualidade.
Reprodutores em estação de monta (2 meses antes e durante o período de reprodução) = 500 gramas com 14% de proteína bruta/dia e volumoso de boa qualidade.
Cabritos = 200 gramas com 18% de proteína bruta por dia + volumoso de boa qualidade (feno, capim)
Fêmeas em final de gestação (60 dias antes de parir) e fêmeas em inicio de lactação (primeiros 30 dias) = 500 gramas com 16% de proteína bruta/dia e volumoso de boa qualidade.
Fêmeas em estado de monta (30 dias antes e durante o período de reprodução) = 500 gramas com 16% de proteína bruta/dia e volumoso de boa qualidade.
Reprodutores em estação de monta (2 meses antes e durante o período de reprodução) = 500 gramas com 14% de proteína bruta/dia e volumoso de boa qualidade.
4 – Faça você mesmo sua ração. Eis um bom exemplo na tabela abaixo:
5 – Vistoriar diariamente os animais. De preferência, pela manhã, no momento em que for soltando. Preste atenção aos seguintes pontos:
- Olhos = coloração diferente, presença de secreção, mucosa esbranquiçada, etc.
Narinas = secreção.
Boca = feridas, bolhas.
Traseiro = Diarréia
Cascos = Espinhos, crescimento irregular, etc.
Pêlos = eriçados (espinhados), queda de pêlos, etc.
Corpo = presença de caroços.
Comportamento = animal isolado, triste, cambaleante, com tremores musculares, etc.
Narinas = secreção.
Boca = feridas, bolhas.
Traseiro = Diarréia
Cascos = Espinhos, crescimento irregular, etc.
Pêlos = eriçados (espinhados), queda de pêlos, etc.
Corpo = presença de caroços.
Comportamento = animal isolado, triste, cambaleante, com tremores musculares, etc.
6 – Quando perceber algum sinal de anomalia, procure rapidamente o veterinário. Mais vale gastar um pouquinho com o veterinário do que perder muitos animais, ao mesmo tempo.
7 – Separar os animais de acordo com categorias: machos, fêmeas em gestação, fêmeas em lactação, cabritos e cabritos desmamados. Cada grupo deve permanecer em piquetes e baias separadas.
7 – Separar os animais de acordo com categorias: machos, fêmeas em gestação, fêmeas em lactação, cabritos e cabritos desmamados. Cada grupo deve permanecer em piquetes e baias separadas.
8 – Não se esqueça: mantenha os macho sempre separados das fêmeas, para evitar que as fêmeas muito jovens sejam cobertas.
9 - Muita atenção para com as fêmeas que estão perto do momento de parir. Elas precisam ficar em instalações ou piquetes próximos às instalações. Cada produto que nasce é lucro para você.
10 – Escolha bem os reprodutores para que acrescentem melhoramentos ao rebanho.
20/09/2001 - Revista O Berro - n.º 39
Vedação do pasto no fim do verão e uso de carga adequada garantem sobra de capim para a seca
As chuvas são normais, o pasto está verde, cresce rápido e garante boa oferta de massa. Nessas condições, não há porque o pecuarista se preocupar com o alimento do gado. É uma situação que ocorre no período das águas, especialmente nos meses do verão. Mas essa abundância dura pouco, dando lugar à escassez do período seco que, no Centro-Oeste, tem sido mais longo que a temporada de chuvas. Nesse momento, o capim praticamente pára de crescer, perde qualidade e os animais emagrecem e produzem menos.
Por isso, é fundamental que o criador programe de forma adequada o uso da pastagem para todos os meses do ano. De acordo com o engenheiro agrônomo Haroldo Miguel Domingues Ferraz, da Agência Rural, o manejo correto das pastagens é uma das opções que os criadores têm para que os pastos cheguem ao período seco com maior quantidade de volumoso. Segundo ele, usar o pasto em rodízio melhora a produção de massa verde.
Haroldo Miguel argumenta que, teoricamente, toda vez que se divide um pasto, sua capacidade de suporte aumenta em média 20%. Mesmo que a propriedade tenha grande número de animais, o ideal é dividir os pastos em talhões menores, ainda que isso tenha custo maior com cercas e cochos. Porém, a divisão permite fazer manejo mais racional. Nas condições de Goiás, em que a forrageira predominante é a braquiária brizanta (braquiarão) é muito comum as pessoas colocarem superlotação nas águas e depois enfrentaram escassez de capim na seca, o que é mau negócio. Cerca de 90% dos pecuaristas goianos ainda adotam o pastejo contínuo.
As chuvas são normais, o pasto está verde, cresce rápido e garante boa oferta de massa. Nessas condições, não há porque o pecuarista se preocupar com o alimento do gado. É uma situação que ocorre no período das águas, especialmente nos meses do verão. Mas essa abundância dura pouco, dando lugar à escassez do período seco que, no Centro-Oeste, tem sido mais longo que a temporada de chuvas. Nesse momento, o capim praticamente pára de crescer, perde qualidade e os animais emagrecem e produzem menos.
Por isso, é fundamental que o criador programe de forma adequada o uso da pastagem para todos os meses do ano. De acordo com o engenheiro agrônomo Haroldo Miguel Domingues Ferraz, da Agência Rural, o manejo correto das pastagens é uma das opções que os criadores têm para que os pastos cheguem ao período seco com maior quantidade de volumoso. Segundo ele, usar o pasto em rodízio melhora a produção de massa verde.
Haroldo Miguel argumenta que, teoricamente, toda vez que se divide um pasto, sua capacidade de suporte aumenta em média 20%. Mesmo que a propriedade tenha grande número de animais, o ideal é dividir os pastos em talhões menores, ainda que isso tenha custo maior com cercas e cochos. Porém, a divisão permite fazer manejo mais racional. Nas condições de Goiás, em que a forrageira predominante é a braquiária brizanta (braquiarão) é muito comum as pessoas colocarem superlotação nas águas e depois enfrentaram escassez de capim na seca, o que é mau negócio. Cerca de 90% dos pecuaristas goianos ainda adotam o pastejo contínuo.
O que fazer?
Se o pecuarista possui muitos animais e pouco pasto, o que fazer para chegar ao período seco com boa quantidade de volumoso? Haroldo Miguel dá uma dica: garantir uma poupança mínima de volumoso para seca, ainda que para isso seja necessário comercializar parte do rebanho, reduzindo o número de cabeças por hectare, ou alugar pasto fora da propriedade, avaliando se entecamimoncotal providência é interessante economicamente. Conforme o agrônomo, é muito comum em Goiás os pecuaristas trabalharem sempre com lotação acima da capacidade do pasto. No período das águas, tudo vai bem. Porém, quando chega a seca há prejuízos com perda de peso, morte de animais e queda no desempenho dos animais, principalmente rebanho de corte. Quando faz o manejo correto e garante volumoso para a seca, tudo fica mais fácil. Havendo boa quantidade de capim, o produtor pode optar pela adição de uréia ou complementar com cana e até mesmo usar concentrado.
Haroldo Miguel não tem receita pronta para o número ideal de animais por hectare. Cada situação deve ser avaliada levando em conta a espécie de forragem, o tipo de animal (corte, leite, erado, jovem, bezerro), a umidade (índice de chuvas) e a qualidade da terra (mais ou menos fértil). Nos criatórios extensivos de corte, uma unidade animal por hectare (1 UA/ha/ano), em pastagens de braquiária, tem sido a média ideal. Esse desempenho pode melhorar com pastejo rotacionado e plantio de leguminosas nas pastagens. É claro que, com produção intensa de massa verde nas águas, o criador deve colocar maior número de animais. Mas não deve permitir que a gramínea seja degradada.
Haroldo Miguel não tem receita pronta para o número ideal de animais por hectare. Cada situação deve ser avaliada levando em conta a espécie de forragem, o tipo de animal (corte, leite, erado, jovem, bezerro), a umidade (índice de chuvas) e a qualidade da terra (mais ou menos fértil). Nos criatórios extensivos de corte, uma unidade animal por hectare (1 UA/ha/ano), em pastagens de braquiária, tem sido a média ideal. Esse desempenho pode melhorar com pastejo rotacionado e plantio de leguminosas nas pastagens. É claro que, com produção intensa de massa verde nas águas, o criador deve colocar maior número de animais. Mas não deve permitir que a gramínea seja degradada.
20/06/2003 - Jornal O Popular - Paulo Lício
Como evitar doenças em caprinos
Os caprinos são como diamante: duros de quebrar, desde que não levem pancada. Os caprinos não adoecem facilmente mas é importante seguir algumas medidas para evitar o surgimento de doenças na criação. As principais medidas são:
1 - limpar, raspar e desinfetar todas as instalações evitando o aparecimento ou dando combate aos insetos e parasitas que porventura lá existam. O melhor é o uso do lança-chamas, pois o fogo desinfeta e desinfesta, matando todos os micróbios e insetos por ele atingidos.
2 - lavar e desinfetar todos os comedouros e bebedouros, deixando-os bem secos.
3 - manter sempre bem secas as instalações, não molhando as ripas do piso, evitando a umidade, pois é ela a causadora do aparecimento de muitas doenças, principalmente a coccideose, cujos parasitas necessitam de umidade para se desenvolver no meio exterior, tornando-se infestantes. Além disso, facilita a proliferação de moscas, mosquitos e outros insetos muito nocivos aos caprinos.
Lembrar sempre: os caprinos odeiam umidade e água no chão.
4 - não criar caprinos junto com animais de outras espécies como, bois, etc. e nem entrar em contato com cães e gatos, que lhes podem transmitir doenças. A não ser que o ambiente seja rigorosamente higiênico.
5 - eliminar ou isolar da criação, o mais rapidamente possível, qualquer animal que apresente algum sinal de doença, porque pode se tratar de uma doença infecto-contagiosa que pode se espalhar por toda a criação. Uma doença infecciosa pode liquidar um rebanho em questão de dias!
5 - eliminar ou isolar da criação, o mais rapidamente possível, qualquer animal que apresente algum sinal de doença, porque pode se tratar de uma doença infecto-contagiosa que pode se espalhar por toda a criação. Uma doença infecciosa pode liquidar um rebanho em questão de dias!
6 - a pessoa que lidar com os animais doentes não deve estabelecer contato com os animais sadios, para evitar que estes também se contaminem.
7 - manter em quarentena todos os animais vindos de fora, mesmo os que saíram para exposições ou por qualquer outro motivo, e que estejam de regresso.
Lembre-se: animais sadios são os que estão em casa.
Lembre-se: animais sadios são os que estão em casa.
8 - evitar o aparecimento de todos os animais que possam transmitir alguma doença aos caprinos, como ratos, pássaros, cães, gatos, morcegos, etc.
9 - tirar da criação, todos os animais fracos, raquíticos, mal desenvolvidos ou "de pouca saúde", porque estão mais sujeitos a contrair doenças, passando aos outros. Ou seja, deve-se fazer a seleção dos mais aptos, dos mais fortes, dos superiores.
10 - queimar ou desinfetar o esterco e toda "sujeira" ou material que esteve em contato com animais doentes ou suspeitos. A higiene é a base do sucesso.
11 - queimar ou enterrar em cova funda e cobri-los com cal virgem, para desinfetá-los, todos os cadáveres de animais e detritos contaminados. Qualquer contato pode ser fatal.
12 - fornecer aos caprinos uma alimentação racional e alimentos de boa qualidade e frescos, para evitar distúrbios alimentares.
Publicado em "Agropecuária Tropical" - nº 51 - Setembro/Outubro 2002
11/12/2002 - Revista O Berro - nº 51 - Setembro/Outubro 2002
11/12/2002 - Revista O Berro - nº 51 - Setembro/Outubro 2002
Piquete Maternidade |
A mortalidade, sobretudo, de cabritos nos primeiros quinze dias de vida, será maior quanto menor os cuidados higiênico-sanitários e nutricionais dispensados ao rebanho, principalmente, às fêmeas no terço final de gestação, durante o parto e logo após o mesmo. É importante lembrar que, por mais experiente que o proprietário e/ou tratador sejam na lida com os caprinos e ovinos, a sua habilidade em criar cabritos e borregos será sempre menor que a das cabras e ovelhas. Em algumas situações ocorre grande mortalidade de cabritos e, eventualmente, de matrizes devido a ausência no rebanho de manejo higiênico-sanitário e, concomitantemente, reprodutivo. Existindo procedimentos técnicos adequados para essas situações. O piquete maternidade representa um grande instrumento facilitador do manejo, higiênico-sanitário e reprodutivo, sobretudo, de caprinos, sendo de grande valia na redução da mortalidade de recém nascidos, oferecendo também maior possibilidade de evitar-se problemas, pós-parto, às fêmeas parturientes. Levando-se em conta o alto consumo de energia pela matriz, no terço final de gestação, e a possibilidade de ocorrer um desbalanceamento energético do organismo desta fêmea é importante que cabras e ovelhas, principalmente, as de maior produção de leite e/ou àquelas de gestação múltipla, recebam via oral, no último mês de gestação, uma dose semanal de 50ml de glicerina líquida. Logo após o parto é necessária aplicação, via subcutânea, de 30 a 50ml de solução de cálcio. PIQUETE Área próxima da residência do proprietário ou do tratador, com vegetação rebaixada, raleada e enriquecida, livre de plantas tóxicas e espinhentas. As dimensões do mesmo deverão ser de acordo com a quantidade de matrizes a utiliza-lo, nunca sendo, porém, tão grande que não se possa encontrar uma fêmea com facilidade, tampouco, ser pequeno a ponto de gerar estresse nos animais ali confinados. Deve-se oferecer às matrizes e seus filhotes espaço referente a 4 m2 (quatro metros quadrados) por animal adulto. Faz-se necessária a presença, nesse local, de cochos para água, os quais deverão ser lavados diariamente, cochos para sal mineral, canzil para fornecimento de alimentação suplementar (capim verde, feno ou silagem) e local adequado, limpo e sombreado, para ocorrência dos partos, bem como, proteção para os recém nascidos. No piquete maternidade a existência de cochos para fornecimento de mistura múltipla, protegidos da chuva, só trará benefícios. UTILIZAÇÃO As matrizes que estejam a um mês do parto serão encaminhadas para esse local, após serem tratadas com inseticida adequado na eliminação de ectoparasitas, vermifugadas e vacinadas contra pneumoenterite dos bezerros (1ml) e clostridioses (2ml), ambas aplicadas por via subcutânea. Os partos deverão ser sempre assistidos e, quando necessária, a realização de ajuda deverá ser feita por pessoa experiente lembrando que em algumas situações só um Médico Veterinário estará apto a agir. Imediatamente após o parto alguma secreção ou resto placentário obstruindo as vias nasais do(s) recém-nascido(s) deverá ser removida com auxílio de pano limpo ou papel toalha. O cordão umbilical dos recém nascidos deverá ser cortado com tesoura devidamente esterilizada, imerso em solução de iodo a 10% (repetir esta imersão a cada doze horas por três vezes). Ë de extrema importância que o colostro seja mamado, cinco a seis vezes, nas primeiras seis horas de vida destes cabritos ou borregos. Ficar atento para a expulsão ou não da placenta por parte da fêmea. Caso não haja essa eliminação faz-se necessário atendimento de um Médico Veterinário. É de grande importância que restos placentários e fetos abortados sejam total e rapidamente retirados da área do piquete maternidade e destinados a um local apropriado, pois, representam grande fonte de contaminação, bem como, fator de atração para animais carnívoros como cães, raposas e também aves de rapina. As crias deverão ser pesadas ao nascimento e semanalmente, para fins de acompanhamento do ganho de peso, desta forma avalia-se a qualidade destas crias, bem como, a qualidade do alimento fornecido às matrizes. Nos primeiros quinze dias do pós-parto os recém nascidos deverão ficar no piquete maternidade aos cuidados da matriz. O seu desenvolvimento será maior caso seja aplicado 1 ml de solução de ferro, via intramuscular, ao final da primeira semana de vida e esta ser repetida uma vez por semana durante quatro semanas. Áreas cobertas do piquete maternidade deverão sofrer varredura de cal, ao menos uma vez por mês, evitando-se deixar excesso, desta cal, para não causar irritação nos olhos dos animais. A detecção de animal enfermo no piquete maternidade deve ser sempre imediatamente acompanhada de sua retirada e envio deste a um local adequado para tratamento e/ou isolamento. No caso deste animal ser a matriz o(s) filhote(s) serão alimentados com leite de outra matriz sadia, tendo-se o cuidado na esterilização das mamadeiras, levando-se em conta que esta alimentação deva ocorrer várias vezes ao dia, em pequenas porções adequadas a idade das crias, mantendo-se sempre a mamadeira elevada para que o cabrito ou borrego mame de cabeça levantada, desta forma evita-se diarréias. Lembrar sempre que, crias de mães não vacinadas deverão receber estas vacinas o mais rapidamente possível. Autor: Leonardo Pereira dos Santos – Médico Veterinário e Consultor do SEBRAE. Manejo Sanitário Sempre que visitar uma criação de caprinos ou ovinos, principalmente se o objetivo for à aquisição de animais, fique atento à higiene dos currais e dos cochos de água, observe a qualidade do alimento e do sal mineral fornecido e procure informações sobre os esquemas de vermifugação e vacinação do rebanho. Tudo isto mostrará o zelo do produtor com seu rebanho.É importante ressaltar algumas questões sobre higiene e ventilação das instalações como, por exemplo, nos casos em que os apriscos apresentem áreas sombreadas, ou seja, àquelas em que não há incidência de sol durante todo o dia, faz-se necessário varredura de cal (pó), pelo menos uma vez ao mês, para que ocorra uma melhor higienização nestes referidos locais. O cabrito deve ter um local sem correntes de vento para dormir, ou seja, à noite deve ser colocado em local onde o mesmo se sinta aquecido. No entanto, cabritos amontoando-se nas entradas de ar, como por exemplo, nas portas, é indício de calor, neste caso deve-se promover uma ventilação. Devemos lembrar que, assim como em uma fossa séptica, nos currais só encontramos fezes e urina. Os currais dos animais adultos deverão ser varridos pelo menos duas vezes por semana, enquanto o cabriteiro e a baia maternidade deverão ser varridos todos os dias. Além da varredura, o cabriteiro deve receber higienização com “vassoura de fogo” pelo menos uma vez por mês e varredura com cal (pó) pelo menos uma vez por semana. A baia maternidade é sempre um dos locais mais limpos do capril, devendo possuir uma área cimentada para que o parto ocorra aí. Em todos os casos as fezes deverão ser depositadas a no mínimo 150 metros de distância das instalações e separadas por cercas. Os cuidados com a higiene das instalações – instalações limpas, fezes distantes das instalações e protegidas por cercas – estão incluídos no esquema de vermifugação que, além da aplicação do vermífugo propriamente dita, inclui também a não aglomeração de animais e a separação por faixa etária. Nas aglomerações podemos observa que onde tem cabra de chifre as mochas só comem a sobra de baixa qualidade nutricional, além de não terem acesso a locais confortáveis. Este é sempre um grande motivo de estresse para o rebanho. Quanto à separação dos animais por faixa etária, lembramos que estes deverão ser organizados em lotes com idade aproximada, evitando-se assim a promiscuidade entre eles. Os cabritos devem ser divididos por idade ou desenvolvimento corporal uma vez que quando ficam todos juntos os menores só comem quando os maiores estiverem fartos restando para os de menor idade ou peso pouca comida e de baixa qualidade. Cabritos machos inteiros só deverão permanecer junto às cabritas até os três meses de idade, a menos que sejam castrados. É importante lembrar que ao adquirir novos animais estes deverão cumprir o período de quarentena separado do rebanho já existente na propriedade. Quarentena consiste no isolamento de animais suspeitos de doença ou aqueles recém adquiridos, evitando-se desta forma a contaminação de todo o rebanho. Outro aspecto importante é a necessidade da vermifugação antes de se promover uma mudança de pasto. Segundo Levine (1959) período de 48 dias de descanso (pastagens) não são suficientes para prevenir infecções por nematóides gastrintestinais (vermes). Vale a pena pensar na possibilidade de os piquetes rotativos, onde os animais voltam em menos de 48 dias, serem a grande causa do retorno rápido e em larga escala de verminose para o rebanho. As enfermidades mais comuns nos rebanhos são: verminoses, linfadenite caseosa, clostridioses, mastite, diarréia dos cabritos, ectoparasitoses, éctima contagioso, ceratoconjuntivite, CAEV, micoplasmose. Além da vermifugação o rebanho deve ser vacinado contra: raiva - vacinação anual de todo rebanho; clostridioses - vacinação anual de todo rebanho; tétano - vacinação estratégica de alguns rebanhos; e penumoenterite - vacinação de matrizes no terço final de gestação. Alguns alimentos podem causar distúrbios de diversas ordens nos animais. O mais freqüente é a intoxicação que pode ser provocada pela ingestão: do pereiro o qual causa deformidade fetal quando ingerido pela matriz no início da gestação, além de causar aborto se ingerido no terço final de gestação; da maniçoba que causa acentuada formação de gás no trato intestinal; da tamiarana que causa queimaduras na região ao redor da boca, principalmente de cabritos; e de feno ou concentrado com presença de mofo que é causador de sérios problemas gastro-entéricos. É totalmente desaconselhado, sobretudo para ruminantes, devido à falta de adaptação da flora ruminal, uma mudança brusca na sua alimentação. A ausência ou incorreta mineralização do rebanho também causa distúrbio. A uréia deve ser usada apenas após uma adaptação segura dos animais e sob severa fiscalização. Alguns pontos estão relacionados como potenciais causas dos abortos em caprinos e ovinos. São eles: carência nutricional ou situação de severa escassez de alimento; agressão por parte de outros animais, provavelmente, por situação de estresse provocado por espaço insuficiente ou escassez alimentar, maus tratos do proprietário ou tratador, além de algumas enfermidades infecciosas. Nem sempre os partos de caprinos e ovinos são assistidos ou acompanhados de perto por médico veterinário. No entanto, se ocorrer parto distócico ou retenção de placenta, deve-se procurar um médico veterinário de imediato. Os casos de abandono de crias têm sido relacionados com a escassez de alimentos ou falta de experiência da matriz primípara (primeiro parto). A mortalidade de cabritos pós-parto tem sido explicada pela insuficiente produção de leite, pela presença de doença infecciosa no recém nascido, mastite ou falta de experiência da matriz primípara. Alguns cuidados com o cabrito após o nascimento são fundamentais. Incluem-se nos cuidados: a limpeza do cabrito após o parto para evitar a morte por asfixia; o corte e a desinfecção do umbigo para evitar-se a onfalite (infecção do umbigo); o fornecimento de colostro – de preferência mamando diretamente na matriz, durante 5 a 6 vezes nas primeiras horas de vida. Além desses cuidados é fundamental proceder a pesagem e a identificação das crias para acompanhamento de seu desenvolvimento. A alimentação dos cabritos deve ficar aos cuidados da matriz que saberá faze-lo. Quando houver a necessidade de alimentar artificialmente (mamadeira) lembrar sempre de elevar a cabeça do filhote. O desmame deve ocorrer, preferencialmente, aos noventa dias e a castração deve ser feita aos três meses, usando-se liga aos quinze dias de nascido e o alicate castrador ou intervenção cirúrgica. A mortalidade de cabritos está relacionada, na maioria das vezes, à falta de leite, mastite ou abandono; a enterites principalmente por falta de higiene ou excesso de leite; a broncopneumonias pelo excesso de ventilação, sobretudo à noite; e ao não tratamento do umbigo, o qual deve ser tratado com iodo logo após o parto e nos dois dias seguintes. Como recomendação final lembramos da importância de trabalhar preventivamente para que não ocorra o surgimento de mastite no rebanho. A prevenção passa obrigatoriamente pela higiene, higiene, higiene. Higiene da plataforma de ordenha, na lavagem e secagem do úbere, na imersão das tetas em iodo, além da ordenha cuidadosa e completa. Autor: Leonardo Pereira dos Santos – Médico Veterinário e Consultor do SEBRAE. Casqueamento no Manejo de Caprinos No dia-a-dia da criação de ovinos e caprinos, o produtor se depara com várias enfermidades que acometem o rebanho, mas que podem ser evitadas através da implantação de práticas simples de manejo que devem ser habituais. Uma delas é o casqueamento, técnica que consiste em "aparar" o casco dos animais a fim de evitar problemas como a podridão do casco, também conhecida como pododermatite ou frieira, que pode ocasionar baixo rendimento do animal seja ele para corte ou para produção de leite, uma vez que ovinos e caprinos com cascos deformados apresentam anomalias de postura e dificuldades de locomoção que contribuem como fatores estressantes para a diminuição da sua produtividade. A realização do casqueamento pode ser influenciada pelo terreno no qual os animais se locomovem, ou seja, em terrenos onde existem muitas pedras ou cascalho, o próprio meio causa abrasão nos cascos, sendo necessário realização de poucos aparos nos mesmos. Já em terrenos mais arenosos, o desgaste dos cascos quase não acontece, sendo necessário o casqueamento periódico. O material utilizado no casqueamento pode ser tesoura de poda, canivete, groza e lima. Com o auxílio da tesoura de poda ou canivete deve-se retirar todo o excesso de casco, iniciando os corte na parte anterior da unha circundando a cora do casco e prosseguindo até a parte posterior. Entre os dígitos remove-se o excesso de casco até que se forme um espaço entre os mesmos; com a ajuda da lima faz-se o arredondamento da coroa e o nivelamento da sola. Após a realização dos cortes os cascos devem ser pulverizados com ungüento a base de óxido de zinco ou iodo (10%), para prevenir a proliferação de bactérias e fungos indesejáveis, em possíveis lesões nos cascos decorrentes da prática. Os cascos devem ser aparados no mínimo uma vez por ano, com revisão a cada seis meses, principalmente no período chuvoso. Daniel Cezar da Silva, Graduando em Medicina Veterinária UFPI, Bolsista PIBIC/UFPI Danielle Ma. M. Ribeiro Azevêdo, Pesquisadora CNPq/FAPEPI, Bolsista DCR DZO/CCA/UFPI Pedro Norberto de Moura Júnior, Técnico Agrícola, Bolsista ATM CNPq/FAPEPI |